segunda-feira, 6 de julho de 2009

Memorial

Minhas memórias


Entrei na escola bem cedo, tinha 05 anos de idade. Naquele ano fiquei morando com meus avós maternos, numa cidadezinha vizinha a de meus pais, e era lá que estudariam as minhas amiguinhas. Como era a filha mais velha e a única neta, senti-me importantíssima morando com eles e sendo o centro de todas as atenções.
Não recordo o primeiro livro que li, mas lembro-me bem da famosa cartilha que tinha a frase Ivo viu a uva. Gostava de repetir as frases pela sonoridade que existia.
Uma aula marcou minha passagem do 4º para o 5º ano. Tinha que fazer o exame de admissão e, como era considerada uma boa aluna, tinha medo de ser reprovada. Foi então que resolvi fazer um cursinho preparatório, no qual fiquei uma semana e desisti, tudo porque a professora era extremamente “azeda”, colocava defeito em tudo, nem nos mexíamos na aula. Eu entrava muda e saía calada. Naquela mesma semana, ela pediu que fizéssemos uma redação cujo tema era mãe. Como sempre admirei muito minha mãe, coloquei nela toda a minha emoção. Na aula seguinte, a professora devolveu as produções e elogiou tanto o meu trabalho que fiquei sem jeito e desisti do curso.
Até a 8ª série não lembro de nenhuma professora que tenha nos levado à biblioteca para lermos, só tínhamos acesso à mesma quando precisava buscar dicionário ou outro material qualquer. O que eu lia muito era o Correio do Povo, um jornal imenso e que vinha com cadernos separados. Para isso, ia ao gabinete de meu avô todo o dia, pois ele tinha assinatura.
Cursei o ensino médio em Sapiranga. Teve um professor que eu admirava muito. Era da disciplina de Matemática, o professor Dileto Delagustin. Ele nos desafiava fazendo charadas.
Sempre adorei escrever. Escrevia qualquer tipo de texto. Isso me fazia bem. Um conteúdo que considerei dispensável no ensino médio foi Literatura Brasileira, no 3º ano. Toda a literatura era passada aí, só que não fora trabalhado em sala, mas através de um trabalho das escolas literárias que valeria nota para o ano em curso. Um detalhe: em grupo. Como eu confiava mais em mim que nos outros, fiz o trabalho sozinha e coloquei os nomes dos demais colegas. Durante esse tempo, não lembro nenhum livro que tenha me marcado, aliás, nem lembro se lia ou o quanto lia, tampouco fui incentivada para isso. Eu estudava à noite e trabalhava num escritório durante o dia.
Houve mudanças crescentes em relação ao ensino superior. Novos paradigmas, formas diferentes de transmitir o conteúdo. O professor deixou de ser só o transmissor de conhecimentos, mas um eterno aprendiz. Hoje é mais fácil cursar uma faculdade ou até pós-graduação. Procuro estar sempre atualizada, buscando mais alternativas para melhorar minhas aulas.
Quando cursei a faculdade de letras, o contato entre professor aluno era imprescindível, tínhamos contato diário. Isso era motivador. Naquela época, teve um professor de Português, o professor Pedro Pinto, uma gramática ambulante. Eu o admirava muito e procurei me inspirar na sua forma de ensinar. Suas aulas ficaram marcadas, elas eram especiais para quem quisesse aprender bem.
Quanto à leitura, teve um livro que me marcou e que falava sobre as transformações pela qual passamos. Foi em Literatura Universal, “A metamorfose” de Kafka. Ela me fez refletir as condições humanas vividas por todos nós. Janie T. Diefenthaeler

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